CHUVA
Ontem acordei com uma forte ventania que teimava em balançar árvores e portadas, infiltrando-se nos recantos mais improváveis e transformando-se em sons assustadores.
Ao acalmar deixou ouvir, lá longe, o rugido do mar transformando a minha agitação numa doce observação de ruídos, que por sua vez se transformou em paz com a chegada da chuva.
Acabei por voltar a adormecer ao som desta…..Bela madrugada…
A chuva é um elemento inspirador dos poetas. Inspiração, ora triste , ora agradável, mas ninguém lhe consegue ficar insensível:
A chuva chove...
A chuva chove mansamente...como um sono
Que tranquilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente...Que abandono!
A chuva é a música de um poema de verlaine...
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono..."
Cecília Meireles
Il pleut sur la ville
Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville.
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon cœur ?
O bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits !
Pour un cœur qui s’ennuie,
O le chant de la pluie !
Il pleure sans raison
Dans ce cœur qui s’écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?
Ce deuil est sans raison.
C’est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi,
Sans amour et sans haine,
Mon cœur a tant de peine.
Verlaine
posted by Ahlka at 9:52 da manhã
9 Comments:
É provável que goste da chuva mas...quando não chove. Normalmente esqueço-me com muita facilidade dos chapéus da dita nalgum consultório de dentista, que é precisamente nesta altura a seguir ao verão que tenho nevrálgias. Mas com a chuva, meu Deus, sinto-me nostálgico, com saudades da minha infância.
Um beij.
Ó Ahlka,
Que coisa, o que se passa com as meninas que todos os blogues falam de água, chuva e edredons?
Nostalgias, hummmmmmmm...
já tinha lido mas pelos vistos não comentei...
achei piada ali ao éme....
provavelmnte não tem edredon :P
boa tarde! (aqui não chove agora)
Deduzo que só o Sabr aprecia a àgua.
Carlos, tenta lá um passeio na 'tua' praia debaixo de chuva, sem receio de te molhares, vais ver como o regresso ao aconchego é reconfortante...
Éme, ai ai que não entende o sexo oposto...ou então...é isso mesmo Teresa, gostava mas nã tem ;))
PS. Só um à parte: Até é possível que, de facto, a sensibilidade á àgua seja mais feminina do que masculina. Um dos poemas é de uma mulher, o outro de um homem homosexual com o papel de 'mulher' na sua relação...coincidências?
Mesmo com os sons assustadores adormeceste? Ah ganda mulher do norte!... Não és do Norte?! Não faz mal, eu também não sou romano.
:)))
Tudo de bom e bom início de semana.
Bjs
Também és preguiçosinha...hummmmm
Marius, daqui nada estás-me a dizer que também não és Imperador! Mas não 'minganas', sei que és. :P
Éme, nota-se muito? ;)
Uauuuuuuuu !!! e ospois, os inspirados são os outros :-o)
ausentei-me um instante e quase descubro k perdi demais. E agora? como recupero se os dias inda continuam só com umas horitas?
menina, está bem visível o "efeito do "vento na foto", puxa!!! tinhas o roupão vestido? não te constipaste? eheh
E claro, de novo Cecília Meireles:-) já há mto não ma lembravas. Este tb não conhecia, é lindo mas ... tristito.Temos de contrariar este outono k está a chegar precocemente.
Aceitas uma sugestão? vai ao Blog do marius70 e ouve a "procissão" ... "tocam os sinos ..." João Villaret eheheh embora tb trriste mas com ritmo eheh (não me ligues ... isto é tudo sono eheh)
Pascoalita, por norma aproximámo-nos da poesia quande estamos melancólicos, é natural que haja inclinação para os 'tristitos' :)
Já fui à festa do Marius, gosto de boa disposição!
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