sexta-feira, setembro 29, 2006

Terra Azul


Hoje a Teresa colocou uma foto no seu Blog que me fez relembrar o primeiro verso dum poema do Paul Éluard.

«A terra é azul como uma laranja»

Lembro-me de estudar o poema e o professor ter dado a sua explicação que, na altura me pareceu lógica.
O tempo apagou essa explicação e nunca mais encontrei uma que me satisfizesse plenamente...Não sei se, por a idade me ter tornado mais exigente ou simplesmente porque ainda não reencontrei 'aquela' daquela sala de aulas de há anos e anos atrás.

Lanço aqui um desafio á vossa imaginação.
Como interpretam aquela frase?

16 Comments:

Blogger Éme said...

La terre est bleue comme une orange
Jamais une erreur lês mots ne mentent pás
Ils ne vous donnent plus a chanter
Au tour dês baisers de s'entendre
Lês fous et les amours
Elle sa bouche d'alliance
Tous les secrets tous les sourires
Et quells vêtements d'indulgence
A la croire toute nue.

Les guêpes fleurissent vert
L'aube se passé autour du cou
Un collier de fenêtres
Des ailes couvrent lês feuilles
Tu as toutes les joies solaires
Tout le soleil sur la terre
Sur les chemins de ta beauté.



A terra é azul como uma laranja
Jamais um erro as palavras não mentem
Elas não lhe dão mais para cantar
Na volta dos beijos para se entender
Os loucos e os amores
Ela sua boca de aliança
Todos os segredos todos os sorrisos
E que roupagens de indulgência
Para acreditá-la inteiramente nua

As vespas florescem verde
A aurora se enrola no pescoço
Um colar de janelas
Asas cobrem as folhas
Você tem todas as alegrias solares
Todo o sol sobre a terra
Sobre os caminhos da sua beleza

Et voilá...interpretar é une autre chose!

2:30 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Éme,

as palavras não mentem.
as pessoas que usam as palavras é que mentem.

9:11 da manhã  
Blogger Teresa Durães said...

a terra é identica à laranja
não mente
nasce escura (não apanha a luz do sol) - a laranja nasce verde

e amadurece (termina) cor do sol (laranja - com o sol a bater)

a laranja quando madura é cor-de-laranja ehehehhe

e toda a Terra tem o sol (porque gira) por isso todos os caminhos estão-serão iluminados

será? (hoje a sentir-me melhor!)

12:03 da tarde  
Blogger Ahlka said...

Éme, 'brigada, o poema inteiro ajuda a perceber a interpretação mais 'iluminada' que li e vou partilhar com vocês.

Altoastral. bem vinda/o :)

Sabr, não quero ser mázinha, mas assimcumássim, nã 'tavas já doente? Assim despachas logo duas curas de uma assentada só!...Tou a brincar..Cuida bem de ti e as melhoras ;))

Teresa, o próprio Eluard não deve saber o que escreveu, qualquer explicação é plausível..Só que este verso é tão desconcertante que deu origem a interpretacões sem fim.
Relembro outro verso em que o simbolismo, embora mais óbvio é tocante «La courbe de tes yeux fait le tour de mon coeur» :)

12:47 da tarde  
Blogger Teresa Durães said...

por causa do teu comentário lá no Voando. Sou bipolar, não é pelo facto de ter medo da depressão que entro num ciclo. São depressões diferentes. Explico porque ninguém fala das doenças mentais e todos têm medo delas. Recuso-me a ter medo de dizer o que tenho. Não escolhi, sou assim (e ponto final :)))

Neste momento estou a sair da depressão mas fico lenta, não consigo ler e escrever. Hoje estou melhor graças ao medicamento e nada tema ver com a força de vontade. O medo quanto muito faz-me telefonar ao psiquiatra e levar os sintomas a sério

Boa tarde para ti

2:33 da tarde  
Blogger Éme said...

Ahlka,

Que queres que faça, devo ter mel...

7:03 da tarde  
Blogger Pascoalita said...

Ahlka, acho k preciso duma noite inteira pra interpretar isso eheh
Amanhã voltarei pq tou a gostar mto dos teus textos e de ler os comentários e tudo o mais que aqui fica expresso. amanhã volto pq hoje foi um dia difícil e tou exausta. jinho

1:03 da manhã  
Blogger Pascoalita said...

teresa, deixo-te aqui 1 jinho de boa noite ... e como a seguir à noite, surge sempre o DIA ... :-o)

1:07 da manhã  
Blogger Éme said...

Ora põe lá aí o teu mail para eu te fazer uma proposta (hoensta, claro).

7:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá Ahlka...

... para mim significa que a Terra está cada vez mais podre.

A laranja quando apodrece fica azulada e este mundo cada vez mais se parece com o bolor que se impregna numa bela laranja.

Não foi este o pensamento do Paul Éluard quando escreveu este poema surrealista?... É o meu. :))

Mas hoje está um dia lindo de sol, o casario estende-se perante o meu olhar através da vidraça e dos sonhos de um mundo limpo e são.

Missão impossível!...

Bjs e tudo de bom

5:08 da tarde  
Blogger Pascoalita said...

pois a mim deu-me uma brancquinha da silva :-o) olho para uma laranja e não vejo nada de azul. Só me ocorre uma expressão k ouço às vezes lá pros lados da terra do meu manel "és tão esperto como um pássaro chamado boi!"
lá terei de fazer mais uns exercícios., tá visto k não tenho feito os "trabalhos de casa" eheh

6:06 da tarde  
Blogger Teresa Durães said...

olha, deixo só uma boa noite

estou regressada às lides normais!

10:38 da tarde  
Blogger Pascoalita said...

Deixo um "post-it" na janela (se demoras a regressar ao chalet, da próxima escrevo no vidro do janelido do sótão eheh) "Hello, lindinha! tenho saduades" :-)

9:48 da manhã  
Blogger Ahlka said...

Boas! ...Pode parecer que andei a fazer gazeta, mas não andei, simplesmente o mundo, resolveu cair-me em cima...E bem pesado que ele é, tenho andado a fazer músculo para não deixa-lo cair ;)
Passando à frente...

Teresa, imagino que não seja muito fácil lutar com os níveis de serotonina, sei que é uma luta desigual e não está dependente de ti. Aceitar a doença, já é meio caminho andado para ter qualidade de vida...As melhoras :)*

Sónia e Sabr, preguiçosos! :P Um bom dia para vocês também :)

Éme, não vai o meu mail nas respostas que coloco no teu blog?

Marius,é uma das interpretações oficiais do poema, mas tens razão..É para esquecer :)

Ó menina Pascoalita, 'atão'nã encontra um vidro mais acessível?? pouco complicada que me saíste! Tb já tenho saudades do ram-ram ;)

E agora que dei os recadinho, vou colocar um com as várias intrepretaçõs adiantadas por quem percebe mais de poesia do que eu....Mas ainda falta a 'TAL' de há muitos muitos anos....

10:44 da tarde  
Blogger Ahlka said...

- As laranjas podres tornam-se azuis, logo a terra é azul porque o mundo é podre. (O Marius acertou nesta)

- Era daltónico ;)

- Não usava vírgulas _outro Saramago!_ poderíamos então ler «A terra é azul, é como uma laranja»

- Numa abordagem mais séria e para isso tem que se inserir o poema na sua obra e na sua vida pessoal. A sua mulher Gala acabara de trocá-lo por Dali, ela era ruiva, rosto redondo, tinha olhos azuis.
Daí, a terra azul banhada de sol, para além de lembrar um fruto nobre, cheio de vida, também representaria o rosto da sua mulher Gala.
Ao longo do poema, continuam as metáforas do tempo em que foram felizes. As janelas representam as aberturas que deixam passar o ar de que Eluard, doente, receava faltar-lhe.
Assim é a aurora (Gala), com o seu colar de janelas simbólico, que lhe dá o ar de que tanto precisava, logo a vida….
Resumindo, aqui a terra fonte de vida representaria o ser feminino e concretamente Gala. O laranja seria o sol ou cabeleira de Gala e o azul seria a cor celeste da terra ou os olhos de Gala.(A Teresa andou perto desta)

- A definição de qualquer coisa é perfeitamente subjectiva e mutável;

- As comparações surrealistas servem para exemplificar o surrealismo das coisas;(A Pascoalita, apostou nesta)

'Brigada a todos :)*

10:48 da tarde  
Blogger Pascoalita said...

Xiiiiii em bem digo: qto a aprender com esta nina Ahlka! e ospois, chega aqui e em 3 penadas dá a liçãozinha completa num ápice!
Ah!!! completa não, pois fico a aguardar o principal ... a tal definição k te "caiu no goto" e guardaste até hoje.
Menina, de facto, por vezes parece k o mundo vai desabar em cima de nós ... a "coisa" torna-se de repente pesadita demais, mas acabarás por concluir k és suficientemente forte para aguentar o mundo e inda mais um calhau em cima (tou brincando eheh ... aguenta-se tudo desde k faseado, né?)

9:27 da manhã  

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