
Ontem acordei com uma forte ventania que teimava em balançar árvores e portadas, infiltrando-se nos recantos mais improváveis e transformando-se em sons assustadores.
Ao acalmar deixou ouvir, lá longe, o rugido do mar transformando a minha agitação numa doce observação de ruídos, que por sua vez se transformou em paz com a chegada da chuva.
Acabei por voltar a adormecer ao som desta…..Bela madrugada…
A chuva é um elemento inspirador dos poetas. Inspiração, ora triste , ora agradável, mas ninguém lhe consegue ficar insensível:
A chuva chove...A chuva chove mansamente...como um sono
Que tranquilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente...Que abandono!
A chuva é a música de um poema de verlaine...
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono..."
Cecília MeirelesIl pleut sur la villeIl pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville.
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon cœur ?
O bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits !
Pour un cœur qui s’ennuie,
O le chant de la pluie !
Il pleure sans raison
Dans ce cœur qui s’écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?
Ce deuil est sans raison.
C’est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi,
Sans amour et sans haine,
Mon cœur a tant de peine.
Verlaine