Terra Azul

Hoje a Teresa colocou uma foto no seu Blog que me fez relembrar o primeiro verso dum poema do Paul Éluard.

«A terra é azul como uma laranja»

Lembro-me de estudar o poema e o professor ter dado a sua explicação que, na altura me pareceu lógica.
O tempo apagou essa explicação e nunca mais encontrei uma que me satisfizesse plenamente...Não sei se, por a idade me ter tornado mais exigente ou simplesmente porque ainda não reencontrei 'aquela' daquela sala de aulas de há anos e anos atrás.

Lanço aqui um desafio á vossa imaginação.
Como interpretam aquela frase?

Aviso à Navegação Feminina

Tragam sempre um spray para pneus na bagageira!...E, se tiverem um rasgo em vez de um furo e não estiverem bem calçadas, não hesitem em chamar um elemento masculino, não se preocupem em ser consideradas ‘atadas’ ou loiras. As rodas foram mesmo concebidas para nos tramar, concebidas por homens e para eles.

Hoje comprei um spray para pneus, e coloquei sapatos na caixa de ferramenta, já estou equipada :P

Porquê tanto alarmismo?

Porque um dia destes, já atrasada e cheia de pressa, deparei-me com um pneu quase vazio. Estando eu a cerca de 100 metros de uma oficina, limitei-me a andar devagarinho até lá, mas o ‘período de férias’ (por essas e por outras, não gosto do Agosto) trouxe-me um portão fechado num beco sem saída.
Respirei fundo, olhei para o sol a pique e resolvi ‘tratar do assunto’.
Coloquei o macaco, encontrei as chaves certas para as porcas certas…tudo estava a correr bem, não fosse um senão. Sim, há sempre um senão…Alguma vez uma mulher tem força para desapertar aquelas porcas???!!!
Praguejei, logo havia de estar com pressa, 40ºC, mecânico fechado, sem spray SOS, sem sapatos para poder fazer força na chave e ser mulher!
Conclusão engoli o orgulho e fui chamar um trolha….Bem mais fácil, né? : ))…Mas bem mais frustrante.


E depois as mulheres são loiras :(……Cá p’ra mim a indústria automóvel poderia começar a pensar em aligeirar a estrutura dos pneus ou colocar no mercado ferramentas próprias para mulher ;)

CHUVA

Ontem acordei com uma forte ventania que teimava em balançar árvores e portadas, infiltrando-se nos recantos mais improváveis e transformando-se em sons assustadores.
Ao acalmar deixou ouvir, lá longe, o rugido do mar transformando a minha agitação numa doce observação de ruídos, que por sua vez se transformou em paz com a chegada da chuva.
Acabei por voltar a adormecer ao som desta…..Bela madrugada…
A chuva é um elemento inspirador dos poetas. Inspiração, ora triste , ora agradável, mas ninguém lhe consegue ficar insensível:

A chuva chove...

A chuva chove mansamente...como um sono
Que tranquilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente...Que abandono!
A chuva é a música de um poema de verlaine...
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono..."

Cecília Meireles


Il pleut sur la ville

Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville.
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon cœur ?

O bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits !
Pour un cœur qui s’ennuie,
O le chant de la pluie !

Il pleure sans raison
Dans ce cœur qui s’écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?
Ce deuil est sans raison.

C’est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi,
Sans amour et sans haine,
Mon cœur a tant de peine.

Verlaine

Adolescência, adolescência…..

Ando a tentar apagar um fogo que a minha filha ateou.
Renegando a profissão da mãe, resolveu ignorar todos os conselhos no sentido de lhe seguir as pisadas e ‘inventou’ outro curso para se candidatar.
Era o ‘melhor curso do mercado’ e fez questão em concorrer a ele.
Saíram os resultados, foi colocada nesse curso, sua primeira escolha, com média de 16,9 valores.
Aí começa o problema : Já não gosta desse curso, nem da faculdade onde ele se insere, porque a maior parte dos amigos foi colocada noutros locais, e afinal até gosta do curso da mãe.
Não vai e não vai.
Que raio de sindroma será este? Mimos, renegação, inconsciência, adolescência prolongada, ou simplesmente parvoíce?

Mais uma Tela, mais uma lição

Ontem fui ver a exposição da colecção de Gustav Rau, patente no museu de arte antiga.
Sem ser grande conhecedora, gosto de ver, analisar, apreciar, comentar… Raramente fico calada perante uma tela.
Preparava-me eu para tecer a minha ‘douta’ opinião, quando reparei no nome do pintor, engoli e reformulei, mas fiquei engasgada…Não haverá nunca erros de técnica por parte dos grandes mestres?

Tela em causa:

Reparo original: Nota-se pelas pinceladas que o pintor fez o céu depois de ter pintado a figura principal, o que torna o formato das nuvens dependentes da dita figura, parece ter havido uma colagem, deveria ter começado por pintar o fundo.

Reparo, depois de ver o nome do autor: O céu foi pintado depois da figura central, talvez para parecer envolvê-la, como se fosse uma carapaça... ;))


Esta atitude fez-me pensar (ás vezes penso)…Quantas vezes não a transportamos nós para o nosso dia a dia, avaliando o que diz ou faz alguém, através da ideia pré-concebida que temos dessa pessoa.

Regresso

Acabaram as férias!

Apesar de considerar que foram agradáveis, reconheço que lhes viro costas com algum alívio.

Já sentia saudades do aconchego do meu pequeno mundo, de cuscar nesta janelinha virtual e também de todos os que a alegram.

E agora, venha o trabalho que já estamos todos a precisar de ‘descansar um pouco’.
Um bom dia para todos!

PS. Só consigo colocar imagens pondo a minha teimosia à prova... parece ter chegado a vez do 'carregador de fotos' entrar de férias :(